“A optometria pode ser uma grande mais-valia junto da comunidade desportiva”

Henrique Nascimento, presidente da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP), é, desde o dia 4 de março, doutorado em Visão e Desporto pela Universidade Europeia de Madrid. A ÓpticaPro quis saber as razões que o levaram a apostar nesta formação e conversou com o especialista e investigador em optometria.
Porquê a decisão de fazer o doutoramento?
É uma consequência de tudo o que se vai fazendo ao longo da vida, do que se vai questionando e do que se vai experimentando. Aparece também como um imperativo de quem está de corpo e alma, como eu, desde os anos 80 do século passado, na área do ensino, primeiro através da Escola Portuguesa de Óptica Ocular (EPOO) e mais recentemente do ISEC Lisboa.
Como surgiu o tema Visão e Desporto?
Primeiro, porque sempre fui um apaixonado pelo desporto, depois porque é uma área muito pouco conhecida e explorada pelas ciências da visão. Por último, porque entendo que a optometria pode ser uma grande mais-valia junto da comunidade desportiva elevando os seus níveis de rendimento através da visão.
Pode fazer um resumo do trabalho que foi feito no âmbito do doutoramento?
Em primeiro lugar, compilar muitos dados que estavam dispersos neste âmbito e tentar organizar os princípios e habilidades visuais implicadas na visão desportiva. Analisar e verificar a quantidade de publicações que se têm editado desde a primeira, datada de 1911, e quais os temas e áreas mais publicadas. Analisar de que maneira os canais divulgam notícias sobre publicações nesta área e quem mais divulga esta área da optometria. Por fim, comparar habilidades visuais entre desportistas e não desportistas de algumas disciplinas desportivas.
Que valências adquiriu com esta formação?
Conhecimento! Obviamente que o título é muito importante, mas a capacidade que se adquire ao nível da investigação científica é a parte mais gratificante de um processo longo como este. Depois, e não menos importante, o reconhecimento dos teus pares, pelo que contribuis para o desenvolvimento da tua atividade, neste caso a optometria.
O que poderá fazer diferente na ótica?
Diferente não será muito. Continuar a fazer o que sempre fiz: investigar, experimentar e questionar para no fim o transmitir a todos os que zelam pela optometria portuguesa e a fazem crescer todos os dias, os optometristas.
Entrevista completa na ÓpticaPro 226.
9 Maio 2022
Entrevistas