“Alguns colegas já relataram situações de esgotamento mental ou burnout”
O estudo concluiu que, “em comparação com outros profissionais portugueses que trabalham no setor comercial, os profissionais de ótica ocular apresentam níveis significativamente mais desfavoráveis nas subescalas de saúde geral, stress, burnout, problemas em dormir e sintomas depressivos”.
Em que consiste o estudo “Riscos psicossociais dos trabalhadores do setor da ótica em Portugal”?
Este estudo pretendeu identificar e caracterizar os riscos psicossociais nos trabalhadores de ótica ocular em Portugal (incluindo as questões sociodemográficas e relativas à situação profissional – género, idade, categoria profissional, experiência profissional, tipo de ótica e distrito da mesma) e explorar o seu impacto na saúde e bem-estar, seguindo uma abordagem multidimensional baseada na administração do Copenhagen Psychosocial Questionnaire – COPSOQ.
Que tipo de riscos psicossociais estão associados ao setor da ótica?
Os fatores mais desfavoráveis neste setor parecem ser exigências cognitivas e emocionais, conflito trabalho/família, conflitos laborais, apoio social dos superiores, burnout e stress. Ao confirmar-se que a saúde e bem-estar dos trabalhadores se relaciona com a maioria dos fatores psicossociais, incluindo estes em que maiores proporções de trabalhadores da ótica estão em risco, importa investir particularmente na sua prevenção.
Já presenciou ou viveu situações de esgotamento mental ou burnout no setor? Como é que a situação foi tratada?
Alguns colegas do setor já relataram situações de esgotamento mental ou burnout e a forma de tratamento foi o apoio médico e medicamentoso, ou seja, os colegas apenas procuram ajuda quando já estão numa situação de grande fragilidade física e mental.
A entrevista na íntegra a Jorge Aveiro faz parte da revista ÓpticaPro 258.
6 Dezembro 2024
Atualidade