“Queremos fortalecer a posição da optometria em Portugal”

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A Lista X, candidata aos órgãos sociais da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), apresenta-se com um objetivo claro: fortalecer a posição da optometria em Portugal e garantir um futuro promissor para todos os profissionais da área. Composta por um grupo diversificado de optometristas, a equipa combina experiência, inovação e dedicação, abrangendo várias áreas profissionais, como prática clínica, investigação científica e ensino. Esta diversidade permite à Lista X oferecer uma abordagem abrangente e inclusiva para os desafios que a optometria enfrenta atualmente. Através do diálogo aberto, da colaboração ativa e da coesão dos membros da APLO, a Lista X pretende construir uma associação mais forte, mais próxima dos seus profissionais e mais influente no panorama da saúde visual em Portugal. O plano de ação da Lista X centra-se em pilares fundamentais, como o reconhecimento e valorização da profissão, a criação de oportunidades para os jovens optometristas e a implementação de projetos de impacto social que promovam o acesso a cuidados de saúde visual. Com uma visão clara e objetivos ambiciosos, a Lista X está empenhada em devolver a APLO aos seus membros e em construir pontes para um futuro de sucesso e inovação na optometria. Em entrevista à ÓpticaPro, alguns elementos da Lista X – João Caetano (candidato a presidente), Patrícia Rodrigues (candidata a vice-presidente), Luís Vieira, Rute Araújo, Francisco Brardo e Tiago Cardoso (candidatos a vogais) – esmiuçaram o plano de ação para o futuro que pretendem para a APLO.

Quais são os principais objetivos e missão da candidatura da Lista X à APLO?
João Caetano: O nosso principal objetivo é garantir que a APLO seja a referência e o elo de união para todos os licenciados de optometria em Portugal. Para atingirmos este objetivo teremos certamente muitos desafios. O maior será a concretização da regulamentação da nossa profissão em Portugal. Queremos construir um futuro que valorize a nossa profissão, promovendo a excelência e garantindo que todos os nossos membros se sintam representados e apoiados na sua prática profissional. É também nossa missão reverter o atual ciclo de isolamento e colaborar ativamente com todos as entidades que de alguma forma cruzam a sua área de ação com a optometria, construir pontes e fortalecer a visibilidade e reconhecimento da optometria na sociedade.

No vosso plano de ação referem que pretendem “constituir uma direção plural, com vários elementos de gerações, vivências e âmbitos profissionais diferentes”. Quem são os membros que constituem a lista e de que forma foram escolhidos?
Patrícia Rodrigues:
A nossa equipa é composta por uma diversidade de profissionais altamente qualificados, representando diferentes áreas da optometria, como prática clínica, investigação científica e ensino. Contamos com profissionais que atuam em vários âmbitos, especialistas com experiência em cuidados primários da visão, bem como membros envolvidos no ensino universitário, que formam as futuras gerações de optometristas. Além disso, temos colegas que se dedicam à investigação, trabalhando em projetos inovadores na área da optometria, e outros com experiência internacional, que trazem uma visão global das melhores práticas. Não é fácil encontrar uma equipa tão diversa em termos de enquadramento profissional como esta. Cada um dos meus colegas foi convidado pela sua experiência única, compromisso com a profissão, capacidade de trabalho em equipa e vontade de contribuir para o crescimento da APLO. Esta diversidade garante que a nossa lista tenha uma visão abrangente e inclusiva, capaz de representar os interesses de todos os optometristas em Portugal, independentemente da sua área de atuação.

Referem também que planeiam “devolver a APLO aos seus membros”? o que é que isso significa? Como pretendem “devolvê-la”?
Luís Vieira:
Uma associação não se pode confundir com a sua direção. A APLO é de todos os membros e estes têm de a sentir como sua. Devolver a APLO aos seus membros significa garantir que todos os optometristas tenham voz ativa na associação. Queremos promover um ambiente de proximidade, onde cada membro se sinta valorizado e parte integral das decisões que moldam o futuro da nossa profissão. Através de consultas regulares, feedback estruturado e a criação de espaços para participação ativa, os membros serão os pilares que guiam a APLO para o seu rumo futuro. Ouvirmos os nossos colegas é essencial para identificar desafios, implementar melhorias e garantir que as necessidades e ambições de todos sejam respeitadas. Ao dar-lhes este espaço, estamos a assegurar que a APLO se torne um reflexo real das aspirações dos seus profissionais.

Como pretendem lutar pela regulamentação da optometria?
João Caetano:
A regulamentação é uma das nossas grandes prioridades. Iremos retomar o trabalho já desenvolvido junto das entidades governamentais e exercer a nossa influência, reforçando a importância da regulamentação e reconhecimento da optometria como uma profissão fundamental nos cuidados de saúde para a visão. Queremos garantir o pleno exercício da profissão, em autonomia e com a necessária independência, sempre em prol da saúde visual das comunidades em que cada um de nós está inserido. Porque é da saúde visual da sociedade que estamos a falar. Queremos também criar pontes de diálogo com outros profissionais de saúde e demonstrar que, existindo cooperação e trabalho conjunto, podemos todos ter melhores resultados com grande benefício para o utente. Acreditamos que, através do diálogo constante e da apresentação de propostas concretas, conseguiremos alcançar este objetivo vital não só para nós, mas para toda a sociedade.

De que forma os membros poderão expressar as suas opiniões durante o processo eleitoral?
Francisco Brardo:
Queremos garantir que todos os membros tenham a oportunidade de partilhar as suas opiniões e verem esclarecidas as suas dúvidas. Durante o processo eleitoral, temos canais de comunicação dedicados, diretos e individualizados. Têm-nos chegado muitas questões e muitas ideias, algumas delas muito interessantes. Às questões mais comuns decidimos fazer pequenos vídeos de resposta, em que um elemento da nossa lista responde e explica a razões da estratégia delineada. Encorajamos a participação ativa e que as vozes de todos possam ser ouvidas e integradas no processo de decisão. O nosso foco está a 100% nos nossos colegas. Centraremos no esclarecimento e apresentação de propostas todos os nossos esforços.

Como incentivarão a participação ativa dos jovens na associação?
Rute Araújo:
Os jovens são o futuro da nossa profissão e queremos proporcionar-lhes todas as ferramentas para que se sintam capacitados a participar. É muito importante reativar e incentivar a ligação direta aos estudantes e às próprias academias. É também muito importante apoiar e acompanhar a integração dos novos colegas no mercado de trabalho. A participação e envolvimento ativo desde cedo na associação irá garantir o crescimento e valorização da APLO.

Quais são as vossas principais propostas e projetos a apresentar?
Tiago Cardoso:
As nossas propostas focam-se em fortalecer a APLO como uma entidade representativa e dinâmica. Queremos promover a consciencialização social da importância da optometria, ajudar a aumentar a procura pelas licenciaturas em optometria, lançar campanhas que valorizem o papel do optometrista na sociedade e trabalhar para melhorar a visibilidade da nossa profissão tanto a nível nacional como internacional. Além disso, propomos criar iniciativas de apoio à inovação dentro da área e também projetos de cariz social, tais como campanhas de saúde visual para comunidades carenciadas. Queremos criar uma APLO mais aberta, solidária e próxima dos seus membros e das comunidades, sempre com foco no futuro da nossa profissão.

Outro dos pontos que destacam é a formação contínua. O que pretendem fazer em relação a esse aspeto?
Luís Vieira:
Acreditamos que a formação contínua é essencial para o crescimento e desenvolvimento dos profissionais. A obrigatoriedade da formação contínua não é o único caminho e não será a nossa primeira opção, ainda menos utilizar essa questão como motivo de penalização aos membros da APLO. Preferimos criar mecanismos de incentivo e orientação, permitindo que cada optometrista tenha a liberdade de escolher as áreas em que se quer especializar. Queremos criar um ambiente onde a formação seja vista como uma oportunidade de evolução, especialmente em áreas mais específicas e avançadas da optometria, promovendo a diversificação das competências e a excelência profissional. O nosso objetivo é apoiar cada profissional a encontrar o seu caminho dentro da profissão, sem imposições, mas com o máximo de recursos e oportunidades disponíveis.

Quais são os principais desafios que a associação enfrenta atualmente? E como pretendem superá-los?
Patrícia Rodrigues:
Um dos principais desafios internos da APLO é assegurar que todos os membros se sintam representados e envolvidos nas decisões da associação. Queremos promover uma maior proximidade e interação entre os órgãos sociais e os membros, criando um ambiente onde a comunicação flua de forma aberta e transparente. Outro desafio é modernizar e otimizar os processos administrativos, para que a APLO seja mais eficiente e ágil na resposta às necessidades dos seus membros. Hoje, com determinadas ferramentas e soluções digitais, é possível promover essa interação e assegurar que a associação está sempre ao serviço dos seus profissionais. Com união e colaboração, acreditamos que podemos superar qualquer obstáculo e fazer da APLO uma associação mais forte e dinâmica.

O que é que ainda falta fazer na optometria portuguesa?
João Caetano:
Ainda falta garantir a tão necessária regulamentação da profissão, para que os optometristas possam exercer com autonomia e reconhecimento. Também existem várias áreas onde podemos avançar para fortalecer e expandir a optometria em Portugal. Uma das prioridades é aumentar o reconhecimento do impacto positivo que os optometristas têm na saúde visual da população. É crucial que continuemos a sensibilizar tanto o público como outras entidades de saúde sobre a importância dos cuidados primários de visão prestados pelos optometristas, promovendo a nossa profissão de forma mais visível e ativa. Outro ponto a destacar é o fortalecimento das redes de colaboração, tanto a nível nacional como internacional. Fomentar o intercâmbio de conhecimento entre profissionais, universidades e associações de outros países pode trazer novas perspetivas e impulsionar a profissão em Portugal. Além disso, a criação de mais programas de apoio a iniciativas sociais dentro da nossa área ajudará a garantir que os cuidados visuais cheguem a todas as comunidades, especialmente as mais carenciadas. Finalmente, é fundamental continuar a investir na atração de jovens para a profissão e retenção dos novos licenciados. A criação de programas de mentoria e oportunidades de desenvolvimento para estudantes e recém-formados é vital para assegurar que as novas gerações de optometristas estão preparadas para liderar o futuro da nossa profissão com confiança e inovação. Acreditamos muito que a nossa profissão tem um futuro promissor, repleto de oportunidades e reconhecimento, tanto em Portugal como internacionalmente.

28 Outubro 2024
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