Gabriel, o desporto e a visão

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Patrícia Rodrigues, optometrista na área de Performance Desportiva, escreveu na sua página de LinkedIn um artigo sobre o futebolista do Sport Lisboa e Benfica Gabriel, a propósito da lesão que sofreu recentemente durante um jogo: parésia do VI par craniano esquerdo, com limitação da abdução, que condiciona dipoplia.

Uma imagem que não se volta a repetir nos próximos meses, pela incapacidade do olho esquerdo em fazer esse movimento. A “visão e o desporto”, pelos piores motivos é o tema do dia com a nota de imprensa do Sport Lisboa e Benfica relativo ao problema do Gabriel.

A paralisia do 6º nervo craniano diagnosticada no olho esquerdo do Gabriel, manifesta-se pela incapacidade do olho esquerdo fazer o movimento para fora. Cada vez que o jogador pretende acompanhar algum movimento dos companheiros de equipa, da bola ou dos adversários (ou mesmo ficar outro objecto/pessoa) em que tenha de realizar essa rotação ocular, o olho esquerdo não acompanha o olho direito. Em resultado, os olhos não vão estar alinhados, e as imagens enviadas ao cérebro serão diferentes: o jogador verá a duplicar (em termos técnicos diplopia)!

Já diagnosticado, e descartadas causas neurológicas de maior preocupação que poderiam estar na causa deste problema, surge o tempo de recuperação. Fisioterapia e treino ocular adaptado. Mais do que recuperação motora, é necessário o envolvimento da parte sensorial. Os músculos tornam-se funcionais, mas as vias visuais têm de se manter activas e perceptivas. O treino visuo-sensorial permite recuperar de lesões diversas, desde que bem delineado. 

15 Fevereiro 2020
Opinião

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