Vitrinas: Instrumento poderoso?

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Para Sigmund Freud, “quando a razão e a emoção chocam, quem ganha é a emoção e não a razão”. Do ponto de vista comercial, cerca de 70 por cento das decisões humanas na hora da compra de um produto devem-se a razões emocionais. Qualquer pessoa se sente influenciada pelo ambiente em que se insere. As cores, os sons, os aromas e a energia provocam uma troca de sensações, muitas vezes imperceptível, mas de grande influência sobre as decisões de aquisição de produtos. Contudo, os consumidores estão cada vez mais exigentes, precisam de se sentir atraídos e convencidos a comprar. As ofertas multiplicam-se diariamente e as grandes cadeias multinacionais investem de forma massiva na apresentação dos produtos e na composição das montras. De igual modo, os pequenos e médios comerciantes já se aperceberam que o caminho para chegar ao público passa pela aposta na imagem da loja. Neste sentido, os proprietários dos estabelecimentos comerciais devem usufruir da vitrina, mas não apenas como uma ferramenta expositiva do produto. Além de conferir uma personalidade própria à loja, uma montra emotiva e sedutora sobressai entre a concorrência. Como em qualquer segmento de mercado, também no mundo das ópticas a vitrina se assume como um dos mais poderosos instrumentos de venda. A montra corresponde ao marketing mais imediato que um lojista lança para conquistar o consumidor. Ter uma exposição bem elaborada, apelativa, que atraia a atenção e desperte nos clientes o desejo pelos óculos, constitui-se como um dos segredos do sucesso. Augusto Reis, de Portalegre, refere que “há muitos anos que a vitrina representa o principal vendedor de uma casa comercial, pois ajuda a transmitir a imagem de uma empresa”. O proprietário da Óptica Reis relembra ainda que “todo o cuidado é pouco ao se ‘enfeitar’ uma montra. Se as exposições ostentarem criatividade, funcionarão como algo que convida as pessoas a entrar no espaço. Uma montra com pouca qualidade assume-se como um sinal de desleixo por parte dos profissionais”. O vitrinismo faz parte do chamado ‘merchandising’ visual, ou seja, a técnica de mercado que se baseia em seduzir o cliente por meio do apelo visual. Criar uma aparência estimulante, de forma consciente ou não, induz o consumidor a comprar. “Cada vez mais se torna importante investir na qualidade de uma montra, pois corresponde a uma questão de venda, de anúncio do produto e de prestígio da própria óptica. A vitrina corresponde a cerca de 80 por cento da primeira visita à loja e, como tal, mudamos a exposição do nosso espaço de 15 em 15 dias”, explica Jorge Abreu, da Óptica da Sé, sedeada no Funchal. Gérson Brasil partilha da mesma opinião e salienta que “uma montra bem elaborada é meia venda feita. A publicidade ao nível das marcas tem o efeito de criar no cliente o desejo de aquisição. Colocar o produto ao olho do consumidor apresenta-se, geralmente, como uma estratégia eficaz”. O óptico dos Açores acrescenta que “existe uma inegável relação entre uma boa vitrina e a venda do produto, pois caso contrário, a publicidade seria desnecessária”. De facto, uma boa vitrina deve chamar à atenção, provocar surpresa, tem que possuir luz e vida. Se uma montra não encantar o consumidor, ele não entrará no espaço e o comerciante perderá a oportunidade de venda, sobretudo na chamada compra por impulso. Investir no visual constitui uma das principais normas da Lamelas Óptica, do Entroncamento. “A nossa loja reconhece-se, num raio de muitos quilómetros, por se esmerar na construção de montras. Uma vitrina inovadora, criativa e diferente torna-se mais importante do que conceder 10 por cento de desconto a um cliente”, assegura Cesário Lamelas, acrescentando que “só se conseguem fazer coisas inovadoras se nos comprometermos com a actividade que exercemos todos os dias. O envolvimento com todo o trabalho é fundamental”. A arte de fazer uma montra apresenta-se também como a arte de comunicar. Os mostruários assumem-se, portanto, como um veículo de comunicação e reforçam a importância das primeiras impressões. Fátima Vinhais, do Centro Óptico Visage, refere que “uma montra espelha o rosto, já que a nossa forma de sorrir caracteriza a nossa aparência. Uma vitrina reproduz não só o que vendemos, mas também a nossa maneira de estar perante a vida”, sublinha. “E embora a decoração de uma loja ou uma vitrina apelativa fidelizem o cliente, um bom atendimento, a qualidade e o preço dos produtos são também fundamentais”, ressalva a proprietária da óptica de Azeitão. Apesar das opiniões unânimes, apenas uma pequena parcela do mercado tem consciência da importância do vitrinismo. Alguns comerciantes acreditam que essa prática representa uma despesa e não um investimento, negligenciando, deste modo, a decoração da montra. De facto, a contratação de um bom profissional, o investimento em cursos relacionados com esta área da decoração e saber direccionar a vitrina para o público-alvo em causa constituem o mote para uma comunicação efectiva. Subestimar o poder das vitrinas pode revelar-se um erro, pois elas fazem parte de uma nova forma de consumir, onde os clientes procuram sensações diferentes e não apenas a satisfação de suas necessidades pessoais.

18 Novembro 2009
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