Investigador português distinguido com bolsa europeia
O European Research Council (ERC) é a instituição europeia que atribui a bolsa, prémio que é considerado de prestígio internacional pelo ‘site’ Ciência Hoje. O investigador em questão é Adélio Mendes, premiado pelo projeto que implica o desenvolvimento de uma tecnologia alternativa de células fotovoltaicas, conhecidas por Células Sensibilizadas com Corante, inventadas em 1991 por Michael Graetzel. Segundo o investigador, será uma “mais-valia social”, já que podem representar uma alternativa à energia elétrica.
Esta nova tecnologia permite que os painéis solares se tornem mais eficientes, substituindo o cilício. Segundo o autor, “fazem um papel idêntico que as plantas”, ao imitar a clorofila, “um corante que absorve a luz e a transforma em energia química”. O projeto também envolve o uso de um corante que absorve a radiação”. Por sua vez, o corante estará sobre as partículas responsáveis pela absorção de luz solar em cima de uma plataforma extensa, no qual “dá-se a ejeção de eletrão”, como também uma regeneração de energia. No entanto, é preciso um catalisador, que atualmente é de platina, material muito caro. É neste aspeto que o investigador pretende introduzir uma alternativa mais barata e mais “verde”.
Outro objetivo do projeto é encontrar uma forma de tornar estas células mais duráveis quando seladas a vidro, visto que atualmente não resistem muitos meses quando seladas em polímero, outro metal caro. O investigador espera que consiga-se uma média de 25 anos de durabilidade. Em seguida, Adélio Mendes pretende substituir o ruténio, corante usado atualmente, pelo ‘carbono quantum dots’, que têm uma “capacidade de absorção de luz muito maior”. No entanto, para uma produção equivalente à antiga, é necessário o dobro da área.
O investigador considera também que a selagem com pasta de vidro pode ser aplicada em variadas áreas, como a construção civil. ” Pode funcionar como revestimentos de edifícios ou substituir janelas”, sugere Adélio Mendes e acrescenta ainda que é “um excelente isolante térmico”.
Com estes avanços, o investigador pretende tornar o projeto comerciável, baixar os custos de produção e “usar componentes cada vez mais abundantes e com menos impacto ambiental”.
5 Fevereiro 2013
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