“Somos uma ‘boutique’ de óculos”
ÓpticaPro: A Óptica da Fábrica mudou o seu conceito com a loja na rua de Santa Catarina. Nasce da necessidade de crescer ou de inovar?
Berta Ferreira: Já a nossa primeira loja surgiu com uma filosofia de moda. No entanto, este segundo estabelecimento emerge como algo de novo no âmbito da óptica. Apostámos num espaço com uma dimensão maior e em marcas originais, sem perder a linha de pensamento que caracteriza o nosso trabalho. A escolha da rua de Santa Catarina revela-se uma estratégia, já que constitui um dos pontos mais movimentados do Porto.
OP: A empresa cresceu a partir do pequeno espaço na rua da Fábrica. Considera o público das duas lojas semelhante?
BF: Existe uma separação relativamente aos clientes. Na loja mais antiga, trabalhamos com uma população mais idosa e na rua de Santa Catarina temos clientes jovens, na faixa dos 30 anos. São públicos com necessidades diferentes. Na rua da Fábrica, as vendas relacionam-se mais com receituário, enquanto na nova loja a aposta baseia-se na linha de sol, virada para pessoas que gostam e procuram acessórios ‘fashion’. Em ambos os espaços primamos por um atendimento personalizado e muito cuidado. Oferecemos sempre surpresas aos nossos visitantes. Daí considerar que somos uma ‘boutique’ de óculos, pois as pessoas vêm para adquirir produtos, mas também para socializar. Nesse sentido, é importante fazê-las sentir em casa.
OP: A decoração do espaço baseou-se nesta linha de pensamento?
BF: A óptica assume-se como uma extensão da minha própria casa, uma vez que todo o ‘design’ interior é da nossa responsabilidade. Criámos um espaço aprazível e confortável, concebendo assim um ambiente familiar no local de trabalho. Além disso, queremos deliciar o público que procura algo diferente.
OP: Apostam forte num ideal jovem e moderno, pelas marcas que exibem…
BF: Sim, temos uma gama de produtos bastante arrojada, indicada para um público mais elitista, digamos assim. Insígnias como Bottega Veneta, Marc Jacobs, Alain Mikli, Von Dutch e Chloé compõem o portfólio da Óptica da Fábrica. Quando viajo, aliás, sinto que a minha loja ficaria bem em qualquer país europeu.
OP: A concorrência nesta zona revela-se muito intensa. Como lidam com a competição?
BF: Para mim, a concorrência é muito saudável e não representa qualquer obstáculo. Antes pelo contrário, surge como uma mais-valia para todo o negócio. Mesmo com a presença dos grandes grupos internacionais na rua de Santa Catarina, não existe motivo para preocupação. Estas grandes empresas não interessam ao nosso tipo de cliente, pois trabalhamos com um nicho de mercado específico.
OP: De que modo descreve o mercado óptico português?
BF: Portugal está muito bem servido no que diz respeito às ópticas. Temos espaços de grande qualidade, talvez fruto da elevada exigência do nosso público. O mercado luso não está, em nada, defraudado em relação ao resto da Europa.
OP: Reserva alguma alteração em termos estratégicos para a conquista de novos mercados?
BF: Acentuar a postura que sempre tivemos. Rigor, qualidade e simpatia constituem as palavras-chave para se vencer no mercado.
10 Março 2010
Entrevistas