Ordem dos Optometristas: quem entra?

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As ordens profissionais cultivam valores éticos e deontológicos e criam ainda meios de actuação comuns para fortalecer, promover e divulgar cada ofício. O grande objectivo é fomentar a qualidade e legitimidade das profissões, no sentido de as acreditar e fortalecer. Com isto em mente, e a par da legalização, os optometristas reclamam a criação de uma ordem que proteja o exercício da sua actividade e, principalmente, a saúde visual dos cidadãos.

Contudo, no caso da optometria, a questão que se levanta prende-se com o “perfil” dos profissionais que deveriam integrar a suposta ordem. Após o aparecimento de duas universidades públicas com licenciaturas em optometria e, mais recentemente os mestrados da especialidade, os cursos de formação na área foram postos em causa pelos jovens optometristas. Segundo os profissionais da “velha guarda”, a longa experiência assume grande importância.

Neste sentido, a ordem seria uma instituição para todos os profissionais com formação ou apenas para optometristas licenciados? Segundo os dados apurados no ‘site’ da ÓpticaPro, através do inquérito realizado, 68,42 por cento dos internautas revela que apenas optometristas licenciados teriam direito a formar a ordem da especialidade, enquanto 31,58 refere que todos os profissionais com formação pertenceriam à instituição. Para além das opiniões ‘online’, a ÓpticaPro foi à procura das opiniões dos optometristas portugueses.

Para Eduardo Teixeira, “segundo o Estado português as ordens profissionais destinam-se a pessoas licenciadas. Deste modo, em relação à optometria, a filosofia assemelha-se. A nossa profissão requer conhecimentos de base sólidos, já que lidamos com a saúde das pessoas. E estas instituições servem essencialmente para proteger o público”.

O optometrista André Queirós, da NovaÓptica de Riba d’Ave, concorda com o presidente da Associação de Profissionais Licenciados em Optometria (APLO) e refere que “apenas os optometristas licenciados deveriam integrar a ordem, enquanto os diplomados precisariam realizar um exame de admissão. As bases de formação são distintas e as próprias pessoas notam diferenças no serviço prestado”.

De acordo com José González-Meijóme, “a nossa única preocupação é que qualquer optometrista formado pela Universidade do Minho tenha lugar nessa futura ordem. Quanto aos restantes profissionais, não podemos pronunciar-nos. Trata-se de uma questão da responsabilidade das associações profissionais”.

Por outro lado, Neuton Pereira, da Óptica Receita Médica de Matosinhos, defende “a união entre a APLO e a União profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP). Acho injusto criar uma instituição que coloque os optometristas em duas posições. Isso enfraquece a classe em geral”.

Hugo Frederique, da Optivisão Castilho, em Lisboa, declara que “todos os optometristas com algum tipo de formação merecem pertencer a esta ordem, não esquecendo as pessoas mais velhas que criaram a base da profissão. Além disso, existirem duas raças de optometristas causa-me alguma confusão”.

A colega Sandra Gomes, da Optiminho, em Ponte de Lima, partilha a opinião e diz que “não devemos dividir a classe, mas sim unir-nos para termos mais força. Há optometristas formados pela UPOOP com tantas ou mais capacidades que os licenciados, pois eles têm uma experiência extremamente válida”.

Nas palavras de Diamantino Valente, “tanto a APLO como a UPOOP devem integrar a eventual ordem dos optometristas. Contudo, esta instituição tão apetecida é algo difícil de concretizar, devido aos vários obstáculos políticos e aos entraves causados pelos oftalmologistas”.

O representante da UPOOP salienta a necessidade de se “alterar a situação actual, de modo a trazer dignidade à optometria, uma vez que a especialidade desenvolve desde sempre um papel importantíssimo na saúde visual dos portugueses. Vamos continuar a luta pela regulamentação, assim como pela criação de uma ordem. Todos saem a ganhar com esta atitude, nomeadamente o Estado, os profissionais e a população”.

3 Março 2010
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